1.3.06

no começo, a frustração. depois, o bom senso ponderando as apreciações apocalípticas de modo a tornar a vida possível.
de onde vem a frustração? certamente dos resquícios juvenis ainda resistentes ao amadurecimento, certamente da exigência da pureza de todas as coisas. pureza por si mesma fictícia, imaginada, mas desejada com a convicção das realidades sérias. não, não tenho indulgência com os rascunhos de uma pureza corrompida.
mas o fato é que a realidade é sempre menor que o sonhado, que o esperado, e é também sempre maior que o que pode ser pensado, apreendido pela razão e pela consciência. a realidade é imperfeita e misteriosa,faz troça de sonhos e racionalizações.
e então, o nó do momento: a tensão entre o esforço denão se deixar macular pela pequenez do real e a necessidade de retocar o imaginado cintilante com a tinta fosca do inelutável. diante do dilema, há o que não se negocia - a largura do olhar -, sob pena de arcar com uma vida que só pode ser menor.

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