9.4.06

não, não há mais heróis. os heróis viviam no alto do olimpo, junto com os deuses, e de lá se prestavam à nossa admiração, admiração essa que nos impulsionava pelo desejo de ter com eles no banquete da sabedoria e do conhecimento. naquele tempo, a luz dos heróis nos orientava pelo caminho do amadurecimento. e então, crescemos. e então, os heróis morreram de suas limitações e incertezas, tão iguais às nossas.
mas a vida continua sendo feita de encontros. encontros não com heróis, mas com vozes que não podem negar sua crua humanidade. essas vozes não iluminam o caminho, mas afastam as trevas de um ou outro pequeno cômodo. pelo diálogo – pois com heróis não se dialoga, pode-se ser apenas espectador de seus monólogos -, as vozes nos enriquecem com outros olhares, outros senões que se acrescentam ao curso do vir-a-ser. e talvez se tornam amigas.

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