9.4.06

a vida segue em seu caminho sucessivo de cristalizações e desconstruções, não sem uma dor que é dor de parto, parto do ser, do vir-a-ser. e se o que impulsiona esse movimento são as contradições, a dor nasce da negação da subjetividade dominada, conhecida, que, ao ser desmontada, leva consigo o chão que acreditávamos pisar. mas a negação abre para a superação, a possibilidade de outra forma do ser, ainda embaçada, desajeitada e mais interessante também.
de qualquer forma, dói aceitar a dor da transição, pois não há senão fragmentos onde se agarrar, ruínas do que foi arrasado pelas novas experiências e pedaços quaisquer ainda não formados. dói encarar a inadequação da velha fôrma, a insuficiência das antigas conclusões e o desconforto com o que agora nos desconcerta.
mas passada a tempestade... certamente outras virão – porque a vida de modo algum é equilíbrio - só não sei se tão fortes quanto nesses tempos de um eu mais flexível porque ainda não escavado pelo tempo.

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